Declarar investimentos no Imposto de Renda é uma obrigação anual para milhões de brasileiros, especialmente aqueles que aplicam em renda fixa, ações, fundos, criptoativos, ou produtos financeiros variados. Em 2026, a Receita Federal mantém regras parecidas com anos anteriores, mas com ajustes importantes nas fichas de declaração, na obrigatoriedade e nos campos de tributação. Este guia completo explica, de maneira simples, como declarar cada tipo de investimento corretamente, evitando erros e garantindo conformidade fiscal.
Antes de entender como preencher as fichas, é fundamental saber quem realmente precisa declarar. A Receita Federal exige que o contribuinte entregue o Imposto de Renda se:
É importante destacar que somente possuir uma conta em corretora já pode tornar o contribuinte obrigado a declarar, dependendo dos valores mantidos em custódia.
A renda fixa é uma das categorias mais simples de declarar, mas exige atenção, pois envolve duas fichas diferentes:“Bens e Direitos” e “Rendimentos”.
Cada investimento deve ser descrito no grupo correto:
Para cada item, informe:
Os rendimentos da renda fixa são divididos entre tributáveis e isentos.
A própria corretora ou banco disponibiliza o informe de rendimentos com esses valores.
A renda variável costuma gerar mais dúvidas por envolver várias regras específicas. Mas com organização, a declaração fica simples.
Use os códigos:
Sempre informe o preço de compra, nunca o preço de mercado atual.
Ações podem gerar três tipos de rendimentos distintos:
As operações em bolsa exigem lançamento mensal dos resultados:
FIIs possuem regras próprias:
Qualquer ganho sujeito à tributação deve ser recolhido mensalmente via DARF, até o último dia útil do mês seguinte às operações. Não recolher gera multa.
A declaração de criptoativos vem se tornando uma das mais fiscalizadas pela Receita Federal, especialmente após a implementação de regras de monitoramento via exchanges. O contribuinte que investe em criptomoedas deve prestar atenção aos códigos corretos e à obrigatoriedade de declarar.
Use os códigos específicos:
Informe:
Criptoativos não entram em renda variável, mas sim em ganho de capital.
A regra geral:
Se você usa Binance, Kraken, Coinbase etc., é obrigatório declarar também no campo:
“Bens e Direitos – Detalhamento: Exchange no exterior”.
Para finalizar o guia, vale revisar os erros mais comuns cometidos pelos contribuintes ao declarar seus investimentos. Evitar esses problemas reduz riscos de cair na malha fina e acelera o processamento da declaração.
A Receita exige que o valor declarado em “Bens e Direitos” seja o valor pago, não o valor atual.
Mesmo sem movimentação, se o saldo for relevante, deve constar na declaração.
Dividendos, FIIs e LCI/LCA precisam ser informados, mesmo que isentos.
Sem declarar prejuízos, o contribuinte perde o direito de abatê-los futuramente.
O cruzamento de dados com exchanges vem aumentando significativamente.
Declarar investimentos no Imposto de Renda 2026 pode parecer complicado, mas na prática é um processo organizado e previsível. Basta separar os informes enviados pelas instituições financeiras, identificar o tipo de rendimento, preencher as fichas corretas e seguir as regras da Receita. Com atenção aos detalhes, o contribuinte evita erros, garante segurança fiscal e mantém sua vida financeira em ordem.